quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O que é o amor?

heart


“Eu te amo” é uma das mais belas frases que se pode ouvir e uma das mais importantes de se dizer, mas se tornou algo tão banalizado que sua grandeza foi quase que totalmente esquecida. Conseguimos dizer que amamos nosso filho ou nosso marido e no mesmo dia dizer que amamos sorvete de chocolate. Será mesmo que são sentimentos idênticos?

As pessoas imaginam que amor é um sentimento que nasce dentro delas quando encontram alguém que é carinhoso, leal, dedicado, compreensivo, digno, corajoso, comprometido...E por aí vai, se quiser pode completar a lista com suas preferencias! Estamos completamente errados quando pensamos que isso é amor, isso é gostar. Tendemos a dizer que amamos alguém quando na verdade gostamos muito desse alguém, pejorativamente entendemos amar como o “aumentativo” de gostar, quando na verdade isso é apenas um triste senso comum.

“Amor não é um sentimento é uma atitude”, ouvi essa frase pela primeira vez da boca do meu pai, um homem que gosta muito de filosofar e me usava como ouvinte de suas teorias, eu devia ter uns oitos anos quando essa nova perspectiva do amor começou a me intrigar. Voltando para a frase: “Amor não é um sentimento é uma atitude” assim sendo eu e você podemos escolher amar ou não. Já ouvi pessoas falando: “Não consigo mais amar fulano!” Na verdade o que podemos “não conseguir” é gostar, pois talvez “o fulano” tenha decepcionado nossos padrões de relacionamento. Mas amar é diferente, vamos ver o que a bíblia fala a respeito do amor:

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.


1 Coríntios 13:4-7



O amor é sofredor, diz a bíblia, mas o que vemos são inúmeras pessoas escolhendo a si mesmas em detrimento do outro. Quantos casais se casam simplesmente porque acham que precisam sair da casa dos pais? Ou porque o rapaz é rico e isso será maravilhoso pra imagem dela? Ou porque a moça é linda e isso será maravilhoso para imagem dele?

O egoísmo é o inverso o amor. Se escolhemos fazer algo que não nos agrada para agradar ao outro estamos sendo altruístas e há um certo sofrimento em não ter o que lhe agrada. Abrir mão de si em detrimento do outro sem cobrar nada é um ato de amor. Muitas pessoas fazem isso, mas externalizam todo tempo que o fazem, isso não é altruísmos, pelo contrario, é o mais profundo egoísmo. Há nessas pessoas uma grande necessidade de serem aceitas, queridas e insubstituíveis, então nada se fez ao outro senão por interesse próprio. Quantas mães e esposas vocês já ouviram falar que fizeram tudo por seus filhos e maridos, que deram suas vidas por eles? Eu ouço muito isso! Toda essa autoafirmação me mostra um profundo egoísmo. Não é errado você fazer tudo o puder pra dar ao seu marido uma vida feliz, o errado é estar o tempo todo mostrando isso pra ele. Quando alguém faz uma grande doação a um orfanato e conta isso numa roda de amigos, o que você pensa? “Precisa ficar falando que fez e aconteceu? Vai ficar contando como é bonzinho e caridoso?” Você pensa isso, ou algo do tipo? Pois é, é exatamente a mesma coisa salvo as devidas proporções. O amor nos remete a fazer pelo outro coisas sacrificantes sem esperar nada em troca, nem mesmo reconhecimento.

“O amor não é invejoso”, essa é uma frase que me fez pensar bastante porque pra mim ter inveja é algo tão distante de amar que não fazia sentido essa palavra estar no texto, ela não cabia ali. Engano inocente o meu. Muitos casais vivem juntos, dormem juntos, dividem as contas e o tempo juntos, mas dentro desse relacionamento há esse cupim chamado inveja, ser tão pequenino que só percebemos que está ali quando o estrago está feito.

Conheci não apenas um casal que sofria com isso. Mulheres que invejam o conhecimento de seus maridos. Certa vez presenciei um casal discutindo porque a mulher achava que o esposo falava demais, na verdade o problema era que ele conseguia entrar em qualquer discussão e conversar sobre inúmeros assuntos e ela ficava deslocada, não se sentia a vontade, se sentia diminuída. Meu marido é um homem com uma inteligência fora do comum, isso gerou em mim uma necessidade de me adequar a ele, quer dizer, eu precisava subir alguns degraus para entrar em conversas que não estavam no meu hall de conhecimento. Nunca quis que ele descesse alguns degraus!

Alguns maridos são mais introvertidos que suas esposas e, enquanto eles não têm muitos amigos, elas têm. Eles por sua vez invejam isso e exteranalizam esse sentimento proibindo suas esposas de cultivarem as amizades. Na verdade vários podem ser os motivos da inveja dentro de um relacionamento: dinheiro, conhecimento, amizades, beleza, sonhos. Até sonhos! Existem relacionamentos em que um tem sonhos grandiosos e o outro não consegue sonhar por qualquer que seja o motivo – sim existe sempre um motivo para a falta de sonho, mas isso merece um destaque especial em outro post – e essa parte não sonhadora acaba desejando intimamente que os sonhos da outra parte não se realizem, ele se diz realista, pé no chão, mas na verdade não consegue admitir que alguém tão próximo possa almejar e conseguir tantas coisas e ele ser apenas o coadjuvante de seu próprio relacionamento.

Em um próximo post continuaremos a pensar a respeito desse texto tão profundo. Mas por enquanto queridos se vocês conseguiram ver seus relacionamentos caminhando para algum dos problemas acima, não sejam expectadores, ajam, façam vocês a diferença.

Deixo pra nós uma frase para ser lembrada: O casamento feliz só é feliz se nos dispormos a torna-lo assim a cada raiar do sol.

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